Bárbara Hartz

2 de nov de 20192 min

Para onde olhar quando se quer acelerar a inovação

Em recente consulta que fizemos internamente à Comunidade da Inovação no LinkedIN, um dos participantes deixou a seguinte pergunta: “Como acelerar o processo de inovação no Brasil?”

A pergunta é recorrente neste grupo ao longo dos anos e acredito ser necessário buscar a resposta dentro e fora das empresas. Para continuar competindo no mercado neste nosso mundo em rápida transformação, acertar na inovação torna-se um imperativo. Sandro Magaldi e José Salibi Neto, em seu último livro, apontam na cultura corporativa o principal fator para o alinhamento às mudanças atuais do consumidor e da sociedade.

Neste mesmo livro, “O novo código da cultura”, advertem que uma cultura com foco principal na geração de resultados de curto prazo e na busca por estabilidade não facilita a inovação em um macroambiente em transformação. Tais objetivos, segundo eles, podem contribuir para a formação de uma cultura inflexível e impermeável às mudanças e pouca capacidade de inovação, por desconsiderar a tomada de riscos (ver entrevista).

Orientação à vontade do cliente (customer centricity) - que se destaca pela demanda crescente de produtos de qualidade, produzidos por práticas sustentáveis a preços acessíveis - e capacidade de aprender rapidamente com o mercado são elementos centrais na cultura organizacional atual.

Aprender significa, entre outros, entender onde está a concorrência ou de onde poderá vir a qualquer momento para adequar a estratégia. No salto do pré-digital ao pós-digital que estamos dando, segmentos econômicos inteiros, particularmente os de serviços, como os de táxi, imobiliário, distribuição e varejo, foram atingidos pela disrupção de modelos como os do Uber, Airbnb e Amazon.

As motivações que levam à expansão visível desses modelos e podem ser analisadas em outro artigo criam a necessidade de as organizações se prepararem para viver uma disrupção permanente. Nesse sentido, o pesquisador e autor do livro “Administração 3.0”, Carlos Nepomuceno, propõe que as empresas trabalhem na bimodalidade para se manter competitivas. Segundo ele, no modal 1, criam, repetem seus processos e atendem os clientes antigos e atuais, e, no modal 2, se projetam para um futuro disruptivo (ver links sobre disrupção e gerentes).

Um outro olhar precisa ser lançado sobre o macroambiente que influencia tanto a performance das empresas quanto das startups, outras grandes contribuintes à inovação. Seja ele o das cidades, dos estados, do país ou mesmo global. Nos restringindo à pergunta inicial, há alguns dias saiu o Doing Business 2020, ranking do Banco Mundial que analisa a regulamentação do ambiente de negócios ao redor do mundo e, comparando com a edição anterior, o Brasil caiu 15 posições. Entre 190 economias, fomos de 109ª para 124ª colocação (ver notícia).

Antes de desanimar, o ideal é cada um avaliar aquilo que pode fazer para contribuir com a mudança desse quadro. E arregaçar as mangas!

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

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