
Associar cidades do futuro à adoção de novas tecnologias já virou um clichê, mas muitos especialistas se esquecem de um detalhe crucial: o papel das pessoas nessa equação. Em ritmo nunca antes visto em nossa história, cerca de 44% de empregos e funções existentes correm riscos de serem extintos, sendo substituídos por opções que exigem novos treinamentos para garantir a empregabilidade de quem não está preparado. Uma dessas áreas é a da Inteligência Artificial (IA): cidades que pretendem adotá-la, para se adaptar aos novos tempos, deverão treinar as pessoas para essa transição, o que não é simples nem barato, mas absolutamente necessário.
Como proceder então? Estudo do Massachusetts Institute of Technology (MIT) fornece alguns passos. Em primeiro lugar, é necessário avaliar o posicionamento de suas cidades em relação às mudanças tecnológicas como a IA, cujas aplicações, por serem muito rápidas, podem gerar conflitos e dificuldades, caso não sejam assimiladas no mesmo ritmo pelas pessoas. Analisar os setores da atual força de trabalho e quais serão as novas exigências profissionais é o segundo passo para medir o fosso existente entre elas, estabelecendo então as medidas para superá-lo.
Prefeituras e empresas devem trabalhar em conjunto, trocando informações sobre a adoção de novas tecnologias para treinar seus funcionários, sugere o MIT. Além disso, por saber em quais setores serão cortados empregos, as empresas precisam adotar mentalidade mais voltada à comunidade, alertando a população sobre as novas necessidades e ajudando as prefeituras a enfrentarem essa realidade.
Expandir a IA através de novos treinamentos é um dos caminhos mais promissores, pois pode readaptar as pessoas rapidamente à nova realidade. O estudo sugere ainda que esses cursos tecnológicos devem começar já no ensino secundário, permitindo que os jovens cheguem ao mercado de trabalho já com as habilidades necessárias e até capazes de elaborar inovações na área de IA.
Cidades como Nova York, Melbourne, Boston, Londres e Atenas já criaram a função de CDO (chief digital officer), encarregado de ajudar governos e empresas a transformar seus antigos “negócios análogos” em digitais, aplicando para isso novas tecnologias. Hong Kong foi além e duplicou investimentos no Fundo de Educação Continuada, responsável por retreinar pessoas ameaçadas de perder seus empregos.
Imagem: Freepik Starline
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Paulo Eduardo Nogueira é jornalista formado Master em Jornalismo, autor do livro "Paulo Francis - Polemista Profissional" e editor do blog da Comunidade da Inovação.
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