
“Califórnia, aí vou eu”, cantava Al Jolson em 1924. Quase um século depois, o Estado agora é exaltado, não por músicos ou atores de Hollywood, e sim por aprovar uma legislação climática (conhecida como SB100) que pode ser modelo para todo o planeta, determinando que 100% de sua energia elétrica venham de fontes livres de carbono até 2045. Um passo considerado altamente ousado, ao lembrarmos que o governo federal (leia-se Donald Trump) caminha na direção contrária, desfazendo regras climáticas ao romper com o Acordo de Paris.
É claro que a adoção isolada desta política em nada reduzirá os problemas causados pelas emissões globais e riscos climáticos. Mas sem dúvida servirá de exemplo a ser seguido pelo restante do planeta. A Califórnia atuará como uma espécie de local de teste para determinar o que é viável do ponto de vista tecnológico, incentivando os modelos de energia limpa e abrindo caminho para que outros países façam o mesmo.
A nova lei também antecipou de 2030 para 2026 o prazo para se adotar 50% de energia renovável, procedente de recursos que são naturalmente reabastecidos, como sol, vento, chuva, marés e energia geotérmica (na por acaso, a maior instalação mundial dessa energia está na Califórnia, com capacidade nominal de 750 MW).
No Brasil, que possui uma das mais limpas matrizes elétricas do mundo, nada menos que 60,8% da energia renovável ainda vêm do sistema de grandes hidroelétricas, mas a tendência futura é abrir cada vez mais espaço para fontes de energia limpa, como a solar e a eólica, que crescem a cada ano. Hoje já temos mais de 600 parques eólicos em funcionamento e a energia fotovoltaica domina a maioria dos projetos de leilões promovidos pelo governo federal. Agora, fiquemos de olho na Califórnia.
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Paulo Eduardo Nogueira é jornalista formado Master em Jornalismo e autor do livro "Paulo Francis - Polemista Profissional"
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