No mês de março, comemoramos o Dia Internacional das Florestas (21/03). Estas cobrem cerca de 31% da superfície terrestre e são fundamentais para a vida no planeta. Servem como reservatório de carbono, ajudando a mitigar as mudanças climáticas, melhoram a qualidade do solo, da água e do ar, abrigam grande parte da biodiversidade além de serem fonte de alimentos e meios de subsistência para milhões de pessoas. (2)
Entre as dez florestas mais ameaçadas do mundo, encontra-se a nossa Mata Atlântica, um hotspot de biodiversidade no Brasil. Apenas a proximadamente 8% de sua cobertura original permanece. (3)
Este mês também foi escolhido para comemorar o Dia Internacional da Água (22/03), fundamental para a a preservação de todos os ecossistemas do planeta e para a vida humana e cuja escassez está se tornando "endêmica" (1). O Brasil perdeu 15,7% da superfície de cobertura de água desde o início dos anos 90, segundo levantamento do Mapbiomas.
Dados de um relatório da ONU obtidos em 2020 apontam que 2 bilhões de pessoas não possuem acesso a serviços de água potável gerenciados com segurança, o que representa 26% da população mundial. Enquanto isso, 3,6 bilhões de pessoas (46% da população) não têm acesso a saneamento (1). No Brasil, 32 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável e 90 milhões não possuem acesso à coleta de esgoto (4).
Na questão do saneamento, a diferença entre os municípios é alarmante. Um relatório de 2022 mostra que somente 31,78% das pessoas nos 20 piores municípios são abastecidas com coleta de esgoto, enquanto nos 20 melhores o percentual chega a 95,52% (5). Ver ranking do saneamento do Instituto Trata Brasil das melhores e piores cidades em 2024 (6) (7).
Junto com a consciência individual sobre a importância da preservação do capital natural que as florestas e a água representam, é preciso desenvolver politicas públicas para a sua conservação e restauração. Água e floresta estão inclusas na Agenda 2030, constituída por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que representa "a visão comum para a Humanidade, um contrato entre os líderes mundiais e os povos e 'uma lista das coisas a fazer em nome dos povos e do planeta'”, segundo a ONU. (8).
Sem entrar no mérito de quais são as responsabilidades das instituições federais e municipais para o cumprimento da Agenda 2030 e considerando apenas um guia para a boa gestão das cidades, solicitamos ao amigo André Michel Descombes, que desenvolve uma inteligência artificial (IA) para diagnosticar problemas e identificar políticas públicas de cidades que podem ser potencializadas pela IA. Eis o resultado que ele nos enviou (9):
"As políticas públicas de cidades podem ser significativamente potencializadas pela Inteligência Artificial (IA) em diversas áreas, melhorando a eficiência, precisão e capacidade de resposta dos serviços urbanos. Aqui estão algumas áreas em que a IA pode ter um impacto transformador:
1. Transporte e Mobilidade Urbana: A IA pode otimizar o tráfego, melhorar sistemas de transporte público e facilitar a gestão de veículos autônomos. Isso inclui a previsão de demanda para transporte público, otimização de rotas e horários, e gerenciamento de tráfego em tempo real.
2. Segurança Pública: Utilização de sistemas de reconhecimento facial e análise de vídeo em tempo real para melhorar a segurança urbana, detectar atividades suspeitas automaticamente e melhorar o tempo de resposta a incidentes.
3. Gestão de Energia e Sustentabilidade: IA pode ajudar a otimizar o consumo de energia, integrar fontes de energia renováveis de maneira mais eficiente nas redes urbanas e prever demanda de energia para melhor gerenciamento.
4. Saúde Pública: Desde o diagnóstico assistido por IA até a previsão de surtos de doenças baseada em dados de saúde e ambientais, a IA pode melhorar a prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças, além de otimizar a gestão dos recursos de saúde.
5. Gestão de Resíduos: Algoritmos de IA podem otimizar as rotas de coleta de resíduos, prever geração de resíduos e melhorar a reciclagem através da identificação automática de materiais.
6. Planejamento Urbano e Desenvolvimento: IA pode ser usada para simular e prever o impacto de políticas urbanísticas, ajudando na tomada de decisão para o desenvolvimento sustentável e inclusivo de cidades.
7. Gestão de Recursos Hídricos: A IA pode auxiliar na detecção de vazamentos, previsão de demanda por água, otimização do uso de recursos hídricos e na gestão de sistemas de irrigação.
8. Serviços Públicos e Atendimento ao Cidadão: Chatbots e assistentes virtuais podem melhorar o atendimento ao cidadão, oferecendo informações e serviços de forma eficiente 24/7.
9. Educação: Sistemas de IA podem oferecer aprendizado personalizado, identificar lacunas de conhecimento e adaptar materiais didáticos às necessidades individuais dos estudantes.
10. Monitoramento Ambiental: Uso de IA para monitorar a qualidade do ar, níveis de poluição sonora, condições de água e outros indicadores ambientais em tempo real.
A implementação de políticas públicas potencializadas pela IA requer consideração cuidadosa de questões éticas, privacidade, segurança de dados e inclusão digital, garantindo que os benefícios da tecnologia sejam acessíveis a todos os cidadãos."
Imagem: Gerd Altmann by Pixabay
Referências e links:
2. Dia Internacional das Florestas: os 5 dados importantes sobre esse ecossistema e sua conservação | National Geographic (nationalgeographicbrasil.com)
4. Dia Mundial da Água: 32 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável (correiobraziliense.com.br)
9. AI development courtesy of André Michel Descombes
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