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Foto do escritorBárbara Hartz

Se cada um fizer a sua parte, ainda dará tempo

Atualizado: 29 de mar. de 2023



Em tempos de inteligência artificial, com o ChatGPT bombando, é desanimador fazer uma curadoria de um tema qualquer. Ainda assim, aposto nas minhas fontes e apresento algumas das principais informações sobre a necessidade da descarbonização da economia com base no último relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPPC), cuja parte final foi divulgada na semana passada.


“O relatório, formalmente chamado de Relatório de Síntese da Sexta Avaliação, mostra que as emissões na última década atingiram seu nível mais alto na história da humanidade, causando perturbações e danos mais severos e generalizados às nossas vidas, infraestrutura e ecossistemas do que pensávamos que aconteceria quando o IPCC elaborou sua última versão do relatório, quase uma década atrás”, informa uma das suas principais autoras e cientista do WWF, Stephanie Roe em artigo veiculado pela revista Scientific American.


Embora revele um cenário perturbador por estarmos muito longe de limitar o aquecimento global da Terra a 1,5°C a tempo de evitar os seus efeitos nefastos, o relatório deixa claro que ainda podemos consegui-lo. Isto se limitarmos as emissões dos gases de efeito estufa pela metade até 2030, o que obviamente não é fácil. Principalmente, quando vemos chefes de empresas como Chevron, ExxonMobil e do grupo de lobby do American Petroleum Institute continuarem apostando firmemente na energia fóssil.


Para as corporações

Mas vamos à boa notícia do relatório que aponta soluções e assegura serem acessíveis. Para “escalá-las exponencialmente e em velocidade”, cumprindo o prazo, a mídia social We Don’t Have Time anuncia um manual baseado na ciência de um de seus parceiros, o Business Playbook, da Exponential Roadmap Initiative (ERI). No documento, que pode ser baixado gratuitamente, encontram-se “diretrizes sólidas para definir metas e estratégias climáticas, planejar, agir e divulgar resultados”, destinadas a CEOs, funcionários e stakeholders de empresas.


Para os indivíduos

As revelações do relatório do IPCC podem “parecer assustadoras, mas ainda há muitas coisas que podemos fazer individualmente para retardar as mudanças climáticas”, adverte Roe que é a principal cientista global de clima e energia do World Wildlife Fund (WWF), além de autora.


Além de citar as macro mudanças a ser feitas, ela lembra das relacionadas ao estilo de vida e as decisões que tomamos. Escolhas relacionadas à mobilidade, “como caminhar, andar de bicicleta, usar transporte público, mudar para um carro elétrico, se possível, e limitar os voos quando possível”, segundo ela, “têm o maior potencial para reduzir nossa pegada de carbono”.


Escreve, ainda, sobre diversas atitudes pessoais que podem ser adotadas, desde a alimentação que pode evitar desperdícios de alimentos, passando pelo uso de materiais, eletrodomésticos e tecnologias energeticamente eficientes até o aumento das ofertas de produtos sustentáveis. Lembra ainda que “as cidades, lar de mais da metade da população global e fonte de dois terços das emissões globais de GEE, são áreas críticas para mudança”.


Para gestores públicos e em geral

Junto com as leituras já recomendadas aqui, adiciono um extenso artigo da WRI, que se autodenomina uma organização global de pesquisa que trabalha com governos, empresas, instituições multilaterais e grupos da sociedade civil para desenvolver soluções práticas. O artigo descreve as “10 principais descobertas que você precisa saber”, entre as quais encontram-se advertências e soluções.


Em uma pincelada, na primeira delas, vale ressaltar que nós, humanos já induzimos o aumento da temperatura global a 1,1°C (2 graus F). “Cada 0,5 grau C (0,9 grau F) de aumento da temperatura global, por exemplo, causará aumentos claramente perceptíveis na frequência e severidade de extremos de calor, fortes chuvas e secas regionais.”


Uma das conclusões mais alarmantes, reafirmada pelo relatório e relembrada no texto, é que os impactos climáticos adversos já são mais abrangentes e extremos do que o previsto. Sendo otimistas, o medo proporcionado por essas conclusões pode ser um grande impulsionador de mudanças. E, como mostra a pesquisa 2023 Edelman Trust Barometer, as mudanças climáticas causam um dos principais medos da sociedade hoje, entre perda de empregos, inflação, guerra nuclear e escassez de alimentos e energia.



IMAGEM DE CAPA: Markus Spiske by Pexels


Artigos e referências:

We Don’t Have Timehttps://app.wedonthavetime.org/

Exponential Roadmap Initiative (ERI)/ Business Playbook - https://exponentialroadmap.org/business-playbook/

Scientific American/ There Is Still Plenty We Can Do to Slow Climate Change - https://www.scientificamerican.com/article/there-is-still-plenty-we-can-do-to-slow-climate-change/

Edelman/ 2023 Edelman Trust Barometerhttps://www.edelman.com/trust/2023/trust-barometer


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