Sem precedentes na história humana, a intensa expansão da população urbana – quase 70% das pessoas habitarão cidades até 2050, conforme destaca o post anterior “O futuro das cidades e seus desafios” – gera novas e complexas questões, que devem ser enfrentadas de maneira inovadora, para garantir o bem-estar futuro de todos. Como fazer isso? Estudo da consultoria McKinsey propõe a adoção de “quatro forças” fundamentais para garantir a viabilidade das cidades do futuro: atrair talentos, incentivar o fluxo global de pessoas, adotar medidas para combater a falta de recursos e incrementar tecnologias disruptivas capazes de transformar cidades.
Como atrair talentos? A mudança de áreas rurais para urbanas vem causando, em consequência, redução no número de “jovens adultos” (entre 15 e 29 anos) na população, por causa da queda de natalidade. O estudo constata que já em 2025 cerca de 60% das grandes cidades no mundo terão menos jovens adultos do que atualmente. E essa redução intensificará a disputa por talentos, por serem disponíveis em menor número. Mas não bastará às cidades incentivarem negócios para expandir o número de empregos: será necessário criar um ambiente vibrante e motivador para atrair os melhores talentos.
Por que incentivar o fluxo global? Nas últimas duas décadas, a migração de pessoas “borrou” fronteiras nacionais, segundo o estudo, que aponta Dubai como o principal exemplo: lá, 83% dos residentes vêm de mais de 200 países, falando 140 diferentes idiomas. E, ao gerar esse “mundo conectado”, as fronteiras abertas beneficiam diretamente a economia: o fluxo global de bens, serviços, ativos e pessoas pode acrescentar até 400 bilhões de dólares anuais no PIB mundial.
Como garantir recursos? Ao avaliar a situação de mais de 2.600 cidades do planeta, o estudo constatou que a expansão urbana provoca três tipos de falta de recursos: a crônica, com estresse contínuo no fornecimento de água, energia e alimentos; a aguda, geralmente causada por fenômenos climáticos como furacões; e a social, consequência de má gestão governamental e má distribuição de renda. Adotar novas tecnologias para garantir suprimentos e prever catástrofes quando possível, além melhorar a governança, serão medidas fundamentais para garantir as cidades do futuro.
Como expandir a tecnologia? Adotando as chamadas tecnologias “disruptivas”, propõe o estudo. Isso vai desde a adoção de energia renovável (gerada a partir de fontes renováveis com pouco impacto no clima), passando por softwares capazes de exercer as chamadas “tarefas de conhecimento” (até agora desempenhadas apenas por humanos) e pela produção de materiais avançados (com características superiores de força, peso e condutividade), até a robótica avançada com maior destreza para tarefas automáticas. E essas tecnologias devem operar no cenário da chamada “economia circular”, capaz de gerar maior valor de recursos e oferecer melhores experiências às pessoas.
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