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COP28 e Brasil: muitos desafios pela frente



As expectativas dos brasileiros com a COP28 (não que sejam muitas, que eu saiba) foram alimentadas na véspera da conferência pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o anúncio de seus planos de tornar o Brasil “uma Arábia Saudita das energias verdes”, além de comprometer-se com o desmatamento até 2030.


Se efetivar o planejamento, o Brasil tem grandes chances de transformar o seu reconhecido potencial de capturar carbono em realidade. Como ressaltou Tasso Azevedo, coordenador geral do Mapbiomas, em um recente programa “Provoca” da TV Cultura, as energias renováveis junto com o desmatamento fazem parte das principais alavancas de descarbonização da economia.


Um terceiro item, segundo o ambientalista, seria a “eletrificação de tudo”. Dos carros a tudo que envolve as outras cadeias de produção. Transformá-las em direção à descarbonização constitui um foco imprescindível a quem inova ou pretende inovar. Dos antigos materiais, como os plásticos, é necessário renovar ou encontrar outros mais sustentáveis, bem como modernizar os processos, tornando-os transparentes, ágeis e amigáveis.


O Brasil é o sexto maior emissor de carbono (algumas fontes o consideram o quarto) e, segundo um estudo, pode contribuir de fato exercendo uma liderança na captura de carbono (8). Para isto, terá de:


- Preservar a Amazônia, que é um importante sumidouro de carbono. (9)

- Desenvolver uma agricultura sustentável, que possa capturar carbono do solo. (10)

- Capturar e armazenar carbono (CCS), com o investimento em tecnologias de CCS.


Falando em CCS, encontramos uma linha auxiliar ao enfrentamento direto do aumento das emissões dos gases de efeito estufa (GEE) pela regeneração que é a compensação de carbono por meio da venda de créditos de carbono. Não é à toda que o mundo está de olho neste recurso, alvo de um mercado regulado e outro voluntário, que voltará a ser um dos temas desta COP28.


Em recente roda de conversa do GT Inovação ABRAPS, publicada em nosso canal no YouTube, encontra-se uma abordagem ampla sobre o assunto – cases, mudança do processo produtivo para tornar-se sustentável, regulamentação, blockchain e a emissão de tokens para preservação florestal e de ativos sustentáveis.




A conversa também tocou em um dos pontos nevrálgicos da evolução dos mercados de carbono, a barreira fundiária e institucional para o acompanhamento da compensação dos gases de efeito estufa, principalmente, na Amazônia e na Mata Atlântica. Esta não está só, pois um cipoal jurídico, tributário e administrativo do país precisa ser desembaraçado com muito investimento digital e político para modernizá-lo e prepará-lo para, junto com as outras nações do planeta, cumprir as metas impostas pelos desafios climáticos.


Neste ano que deve terminar como o mais quente em 125 mil anos (5), a COP28, em Dubai, tem a missão de conseguir os acordos que façam com que as nações atuem politicamente para evitar que o aquecimento do planeta não ultrapasse o limite de 1,5°C até o fim do século. O que, na prática, significa acelerar o ritmo das ações nesse sentido, considerado “insuficiente” pelos membros do IPCC (6). “Para chegar lá, segundo os atuais cálculos do IPCC, precisamos reduzir as emissões globais pela metade até 2030 [48%] e até 99% até 2050.” (7)


VEJA COMO CHEGAMOS E ESTE PONTO:

 


A população mundial cresceu de aproximadamente 978 milhões de pessoas em 1800 (1) para os estimados 8 bilhões a que teria chegado em 15 de novembro de 2022. Este salto demográfico da humanidade junto com a Revolução Industrial (2) e o correspondente aumento da produção e do consumo tem consequências para o planeta.


De 1850 a 2021 a temperatura global, combinando os registros dos oceanos e dos continentes, aumentou em média 1,09 °C (os continentes estão aquecendo mais rápido do que os oceanos). (3) O levantamento mais recente, que em 2015 analisou mais de 24 mil trabalhos sobre o tema, indicou que 99,99% dos climatologistas concordam que o aquecimento é real e produzido pelo homem. (4-403)


Causado pela emissão de gases de efeito estufa (GEE), o aquecimento é um dos maiores desafios do nosso tempo, para a maioria dos cientistas. Se não for o maior de todos (4-404), resultando na busca do que tem sido chamado generalizadamente a descarbonização da economia.


LINKS


3 - IPCC. Summary for Policymakers. In: Climate Change 2021: The Physical Science Basis. Contribution of Working Group I to the Sixth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change [Masson-Delmotte, V. et al. (eds.)]. Cambridge University Press, 2021- https://pt.wikipedia.org/wiki/Aquecimento_global#cite_note-13

404 Gross, Liza. "Confronting climate change in the age of denial". In: PLOS Biology, 2018; 16 (10) — Editorial

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