Qual cidade foi eleita capital verde da Europa 2023 pela Comissão da União Europeia? Acertou quem respondeu Tallinn, na Estônia. Talvez uma surpresa para quem não a conheça, em um pequeno país com 1,3 milhão de habitantes (há mais gente em alguns bairros de São Paulo...). Recebendo o prêmio de 600 mil euros, Tallinn se compromete a implementar com esse dinheiro novas medidas para melhorar ainda mais a sustentabilidade urbana, a chamada “transição verde” de proteção ao meio ambiente. Entre os planos previstos para Tallinn incluem-se a redução da emissão de carbono, a gestão da energia sustentável e a ação climática, além do aumento da diversidade biológica (atualmente, 51% do país são cobertos por florestas).
Mas a Estônia não fica só nisso: recebeu em 9 de dezembro um dos cinco prêmios do Comitê Econômico e Social Europeu (EESC, na sigla em inglês) por mudar sua percepção sobre energia renovável, lançar uma petição defendendo a neutralidade climática e criar uma plataforma que promove a comunicação entre todos os cidadãos e o governo para atingir esses objetivos.
Seus projetos não se limitam à Estônia, mas também se preocupam com países em desenvolvimento que mostram mais dificuldades para adotar novas soluções climáticas, como Burkina Faso, Quênia, Bangladesh e Costa Rica, entre outros. Para isso, o Centro de Investimento Ambiental vai investir nada menos que quase 1 milhão de euros por ano em projetos que ajudem esses países. A ideia é exportar soluções tecnológicas de inovação para melhorar a transição verde e reduzir as mudanças climáticas.
Sempre adiante da maioria dos países, a Estônia não teve de mudar seus projetos climáticos durante a recente 26ª. Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26), que já preveem para a União Europeia, da qual faz parte, a redução de emissões de carbono em 55% até 2030. Esse novo prazo, que antes era para 2050, foi adotado porque a crise do clima se acelerou, tornando necessária essa mudança.
Paraíso dos negócios
Além da defesa do meio ambiente e da valorização do verde, a Estônia também se destaca como um berço de startups, gerando um ambiente inovador para negócios digitais. O Startup Estônia, para citar um exemplo, agrega nada menos que 1198 empresas, empregando mais de 6 mil funcionários.
Curiosamente, até o Brasil pode se beneficiar disso: a empresa privada Estônia Hub, por exemplo, que reúne vários setores, fez parceria com o Aprova Digital brasileiro, que trabalha com prefeituras daqui, para trocar informações sobre modelos de negócios bem sucedidos naquele pequeno país (e são muitos).
Esse sucesso se deve, basicamente, à adoção de uma gestão eficiente, que adapta as leis aos ambientes de negócios inovadores, conforme destaca o Aprova. E essa gestão não só beneficia a área econômica, como também melhora ações sociais e culturais para toda a sociedade.
Enfim, em um país que tem 98% da população com identidade digital e 99,8% das transações bancárias feitas online, não se estranha que essas inovações o tornem um dos mais admirados do mundo.
Imagem: Angelo Giordano by Pixabay
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