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Mulheres e clima, um desafio e tanto...


Salve o Dia Internacional da Mulher! Nós, mulheres, viemos avançando lentamente com a nossa posição na sociedade desde as lutas iniciadas no século 19 pelo direito ao voto. Passados 154 anos desde a criação da Associação Nacional para o Sufrágio das Mulheres, em Nova York, por Susan B. Anthony e Elizabeth Cady Stanton, o gênero detém a fatia de 11,3% dos cargos de Chefes de Estado de países (17 de 151 países, excluindo os sistemas baseados na monarquia). Outros 9,8% pertencem a mulheres como Chefes de Governo (19 de 193), segundo a UNWOMEN (ONU Mulheres).


Na área privada, um índice do poder alcançado pelas mulheres encontra-se na contabilização das CEOS mulheres que administram mais de 10% das empresas da Fortune 500.

As cifras minoritárias contrastam com as possibilidades. Em recente estudo, a Moody’s Analytics revela que reduzir a desigualdade entre homens e mulheres pode gerar US$ 7 trilhões para a economia mundial e a diminuição da diferença de gênero entre cargos de gestão aumentaria a produtividade global e a produção econômica.


Mas não nos enganemos. Como a própria Moody’s adverte, há muito o que fazer nessa busca pela paridade.


Alertas da ONU Mulheres têm chamado a atenção para o fato de a desigualdade de gênero e as mudanças climáticas estarem interconectadas, criando um dos maiores desafios do nosso tempo.


A não neutralidade da crise climática em termos de gênero manifesta-se em diversos aspectos. Entre eles, segundo a agência global: “Quando ocorrem desastres, as mulheres têm menos chances de sobreviver e mais chances de serem feridas devido às desigualdades de gênero de longa data que criaram disparidades em informação, mobilidade, tomada de decisões e acesso a recursos e treinamento. Como resultado, mulheres e meninas têm menos acesso a ajuda e assistência, ameaçando ainda mais seus meios de subsistência, bem-estar e recuperação e criando um ciclo vicioso de vulnerabilidade a desastres futuros.”


Não somente mulheres e meninas são afetadas. Em recente matéria sobre o tema, a Economist destaca: “A ONU Mulheres relata que os riscos da mudança climática são especialmente críticos para mulheres e meninas indígenas e afrodescendentes, pessoas LGBTQI+, mulheres e meninas com deficiência, mulheres idosas, mulheres migrantes e aquelas que vivem em áreas rurais, remotas, propensas a conflitos e desastres. áreas. Indivíduos transgêneros e não-binários também são particularmente vulneráveis aos riscos climáticos como resultado da discriminação agravada.”


Experiências em diversas partes do mundo demonstram que, nós mulheres, não estamos expostas apenas às vulnerabilidades, mas acumulamos conhecimentos e potenciais à altura do desafio. Em entrevistas feitas em 2022 por pesquisadores do Stockholm Environment Institute (SEI), entidades e programas do Nepal, da Ásia e de migrações ressaltam as qualidades femininas para enfrentá-lo. “As mulheres desempenham um papel significativo na ação climática, mas muitas de suas experiências e visões não são consideradas no planejamento comunitário e governamental. Se não tiverem acesso aos espaços e recursos adequados, suas capacidades serão suprimidas”, é anotado por um dos depoimentos à SEI.


São duas agendas interdependentes e não há hierarquia entre elas, como bem observou uma brasileira que atua na Amazônia em um dos artigos citados. Por um lado, é necessário entender melhor as particularidades dos efeitos das mudanças climáticas na situação das mulheres de diversas partes do mundo. Por outro, é possível integrá-las nas instâncias de poder que permitem combatê-las. Seja nos planos climáticos dos países – os NDCs -, seja nos coletivos e nas atividades empresariais que buscam ter menos impacto social e ambiental ou estão voltados diretamente à criação de soluções inovadoras para vencer as adversidades do clima.


Imagem: Moses Londo by Pexels


Referências:


Repetimos os links adicionados ao texto abaixo:




Moody’s Analytics - https://www.linkedin.com/feed/hashtag/?keywords=womenshistorymonth




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